Entra e sente o perfume
das minhas flores...
Obrigada pela companhia e carinho.
Se puderes, envia-me as tuas pétalas e
moldarei novo canteiro neste jardim.
Podes publicar o que quiseres mas referencia este blog ou a sua autora - A_Medusa.
Há imagens que desconheço o autor. Se fores o seu autor avisa-me.
Se as contas me pagassem
Até o carro e a casa
E tudo o mais que gostassem
Os que se arrastam à asa...
Mas quem sou eu afinal?
Para ter tal regalia...
Estou sujeita a ficar mal
Sem pão-nosso pra cada dia.
Mas há gente que aparece
Com a nudez que veio ao mundo
E da sua honra esquece
E do seu bem mais profundo.
Mas afinal que mal faz
Aparecer em tez sem roupa?
Há tanta gente capaz
E outra que se acha louca.
Mas de forma avantajada
De curvas abastecida
Aposto que não há nada
Que lhe garanta a vida...
A_Medusa
Pelo corpo transpirado
De amor que soletrei
Vai meu dedo perfumado
De pólen que derramei.
Pólen que tu respiras
No doçura do teu lábio,
Que, no fundo, admiras
Nas letras do alfarrábio.
Letras que tu já decoras
Com um beijo assumido
E o ventre me devoras
Com o cerne todo erguido.
O cerne de corpo são,
Na planície escancarada;
Uma palmada de mão
Na poltrona devorada.
A poltrona das carícias,
Que vais depondo com gosto,
Na escarpa das delícias
Onde o teu sol se quer posto.
O sol dá-se em redundância
Como quem ama o luar
Nas paredes da ganância,
Onde te vi galopar.
O galope acetinado
Nos lençóis da encarnação
É um viço ostentado
Bafo da satisfação.
E abafas o meu céu
Com a manta do prazer,
Ao que chamas de labéu
E eu temo de me perder.
Me perder no teu regaço
Nu de palavras dolentes,
Me perder no teu compasso
De margaridas sementes.
A semente que depositas
… Adormece na ternura
… Com o teu olhar me fitas
… No perfume que perdura…
A_Medusa
Quem pode pintar a palavra
com a sílaba despida
do desconforto da letra escondida?!
Quem pode regar a pétala
desvalida sem cor na (in)certeza de o ser?!
Quem pode olhar o vale
e ver a colina entreaberta
da alma?!
Enquanto me sento na poltrona
da sílaba incandescente
do teu dedo manso…
A_Medusa
Delírios
Na alçada do meu peito
Há desejo entreaberto
Há o fôlego tão desperto
Na palpação do teu jeito.
Na varanda alvoraçada
Da auréola ofegante
Vejo perto delirante
Tua mão toda espalmada.
Na alçada e na varanda
Tudo cintila a desnorte
Num lábio quente e forte…
E por mim viril comanda
O teu cerne docemente
Num delírio alvo e quente.
A_Medusa
Sou prisioneira de um tempo reconhecido
Em cada pálpebra que faísca de prazer
Nos retalhos de um lume que quis arder
Na antecâmara do vício que fez sentido.
Sou vagem nua de um tempo adormecido
De aventuras no altar louco do meu ser
Na pedra-mó que a vida então me quis tecer
Lava de amor num corpo de amor tido.
Mirante da palavra, nudez da minha essência
No arco do triunfo da alma em hortência,
Afago cristalino na pele, palco e doçura...
No seio de um corpo prisioneiro de amor
Salpicando emoções no fogo do sabor
Sou lava em flor, lume de branda loucura.
A_Medusa
De basalto enegrecido Com perfume de saudade Sou assim por ter nascido Alma lusa de verdade. “Ó meu bem se tu te fores” Diz sempre que vais de cá Da Terceira, dos Açores, E melhor que ela não há. Na Bela Aurora nasci Voltada para o poente Que linda que eu te vi E te vejo no presente. Na curva do doce beijo Que poisa em meu parapeito Acende logo o desejo Do teu basalto perfeito. @RS.2013 |
Eu só queria
a inocência
de uma mão que inicia
a prevalência
da meiguice
no parapeito
de um corpo ondulado
de prazer
Eu só queria
a tua mão na minha
o teu peito no meu
no vão que avizinha
o pulsar do teu.
Eu só queria
o beijo suave
escorrendo amor
no ventre da paixão
no papo da volúpia
da tua mão.
Eu só queria
o vulto do teu vulcão
na alfazema do meu ser
em ebulição
até mais não…
Eu só queria
o que tu quiseres
à boquinha sedosa
da palavra
… eu te amo!
(dedicado a todos os apaixonados)
Arde-me a alma, brasio de paixão
Na madrugada do ser
Que pode o fogo antever
Nas labaredas do coração.
Arde-me o rosto num beijo aceso
Na pálpebra da ternura
Balançando a estrutura
De um corpo indefeso.
E eis que a chama do amor
Incendeia a palavra
Que a custo se lavra
Nos lençóis sem cobertor
Onde os corpos já molhados
Se prolongam abraçados
Até ao fogo final
Da labareda carnal.
A_Medusa
O último artigo foi numa Quarta-feira, 23 de Julho de 2008. Há três anos, sensivelmente. Uma eternidade!
Estou de volta para o meu aconchego porque ainda existe o perfume da sedução, o prazer da palavra, o afeto da jornada, o cálice do desejo, o beijo da vida, o abraço sem mistério, neste mistério medusiano.
A_Medusa voltou para o coração dos seguidores, para o seio dos amadores e para as linhas da sedução que espasma a alma num corpo aberto, pleno de graciosidade.
Aqui, como lá, como além, é o corpo da palavra que ganha forma e apetece voar na prontidão do ser, docemente.
A_Medusa
********** Obrigada pela visita e comentário**********
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.